Amo o som deste instrumento desde quando tinha 5 anos de idade e me infiltrava nas rodas que se formavam ao redor de quem tocava. Quando via algum violão deixado às pressas em um canto acariciava-lhe as cordas para escutar seus timbres e seus harmônicos. Agora faço alguns apontamentos: afinação, constituição, notas naturais e alteradas, acordes de gavetão, postura. Mais tarde aprendo os acordes com 6ª, 9ª, 11ª, 13ª, 5ª diminuta, etc e tal

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Afinação do violão

Como é bom quando se pode ler um texto ao mesmo tempo claro e rico em informações. Direto e objetivo mas abrangente.

Quando quero afinar o meu violão rapidamente clico em

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/Standard-Stimmung.mid

.

A primeira coisa que faço para tocar violão é afinar seus sons: colocar seus sons no padrão de alturas estabelecido pela História da Música, pela tradição dos instrumentos. Dito de outra maneira, afinar é ajustar o tom da nota de modo que produza o mesmo número de vibrações que o tom padrão. Claro, há também músicas com arranjos diferentes que exigem afinações fora do padrão, mas deixo isso para músicas especiais.


ALTURA: AGUDOS E GRAVES

Os sons mais agudos são percebidos como mais finos, mais claros, mais altos e tem uma vibração mais rápida, ou seja, uma freqüência mais alta, maior número de vibrações por segundo. Os sons mais graves são considerados mais grossos, mais escuros, mais baixos, mais pesados pela maioria e de fato tem uma freqüência mais baixa, menor número de vibrações por segundo.

A altura do som produzido por uma corda de violão depende da espessura, do comprimento e da tensão, isto é, da força física com que esta corda foi esticada.

Os sons mais agudos são gerados pelas cordas com espessura mais fina. A corda mais fina do violão é a chamada 1ª corda e quando bem afinada deve gerar uma nota mi agudo (em inglês, e). A 2ª corda deve gerar a nota si (b), a corda deve gerar a nota sol (g), a 4ª corda, a nota (d), a , lá (a) e a mais grossa, chamada 6ª corda, a nota mi grave (e).

Resumindo:

1ª corda = mi agudo = e

2ª corda = si = b

3ª corda = sol = g

4ª corda = ré = d

5ª corda = lá = a

6ª corda = mi grave = e.

Quanto maior a força exercida sobre a corda, ou seja, quanto mais alta a tensão, mais agudo fica o som. No violão a tensão das cordas é controlado pelas tarraxas chamadas cravelhas. A cada corda corresponde uma cravelha (em inglês machine head). O cravelhal ou conjunto de cravelhas também chamado cabeça, mão ou palheta (em inglês headstock) fica na extremidade externa do braço do violão.

Muitos violões já vem com afinador digital. Isso não quer dizer que o violão se afine sozinho. O que chamam de afinador na verdade é um medidor de freqüência. Se o ponteiro passar da posição vertical para a direita, o som está agudo demais. Então é preciso soltar, afrouxar a corda girando a cravelha lentamente até o som ficar mais grave.

Para quem não tem nenhuma prática em afinar violão, é melhor pedir ajuda de alguém que saiba fazê-lo. Observe com muita atenção seu procedimento. Concentre seu olhar e aguçe seus ouvidos. Peça para repetir se não registrou algum segredo.

Nunca use muita força, toque a corda com leveza. Uma corda puxada com muita força gera inicialmente um som mais agudo do que o normal.

Quando dois sons estão um pouco desafinados, produzem uma onda resultante constituída por batimentos ou seja, uma variação periódica da amplitude. A freqüencia da variação peródica vai ser igual à diferença entre as freqüências de cada um dos sons. Quando afino dois instrumentos ou duas cordas entre si, minha tarefa é reduzir estes batimentos praticamente a zero.

E porque não reduzo os batimentos a zero total? Por causa de uma pequena diferença necessária para fechar o círculo das quintas chamada coma pitagórica. Na afinação temperada, a afinação das quintas não é perfeitamente justa, mas um nadinha abaixo.

Esse nadinha é explicado num artigo científico por Alexandre Torres Porres e Jônatas Mazolli, da Universidade Estadual de Campinas em http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000102005000100016&script=sci_arttext

Se você já conhece a afinação pitagórica, pode pular o próximo artigo.

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Cursando mestrado em Educação (UFRGS), conhecido compositor, arranjador e regente da Orquestra Infanto-Juvenil do Projeto Prelúdio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Porto Alegre(antiga Escola da UFRGS); de 1986 a 88 professor de História da Música e de Hinologia na Escola Superior de Teologia (EST); de 1985 a 86 coordenador do Departamento de Música Sacra da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), quando criei o Festival de Música (MUSISACRA) - Bacharel em Música, com Habilitação em Órgão pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1985, estudei com Marieta Heuser (Piano), Leo Schneider (Órgão), e também com Renzo Buja (Interpretação - Itália), Isolde Frank (Flauta doce), Wolfgang Dallmann (Barroco - Alemanha), Eduardo Ostergreen (Regência e Repertório Coral - USA), Arlindo Teixeira (Regência), Frei Emílio Scheidt (Canto Gregoriano, Contraponto - Brasil) - Willy Correa de Oliveira (Música Contemporânea - Brasil) Visitei órgãos de Blumenau, Curitiba, São Paulo, Rio, Lisboa, Madri, Berlim, Hildesheim. Veja abaixo meus outros blogs de organista, professor e pesquisador.