Amo o som deste instrumento desde quando tinha 5 anos de idade e me infiltrava nas rodas que se formavam ao redor de quem tocava. Quando via algum violão deixado às pressas em um canto acariciava-lhe as cordas para escutar seus timbres e seus harmônicos. Agora faço alguns apontamentos: afinação, constituição, notas naturais e alteradas, acordes de gavetão, postura. Mais tarde aprendo os acordes com 6ª, 9ª, 11ª, 13ª, 5ª diminuta, etc e tal

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Harmônicos

Quando encosto com extrema leveza meu dedo médio da mão esquerda sobre a região do 12º traste da 6ª corda e a faço vibrar, ouço o som mi uma oitava acima. É o chamado primeiro harmônico. Ao colocar levemente o dedo na corda crio um ponto nodal que a divide em dois segmentos iguais, dobrando sua freqüência. Ao mesmo tempo estou inibindo o ventre que a corda criaria nesta região se estivesse solta, ou seja, abafo o som fundamental.

Só para recordar: quando toco uma corda do violão crio nesta corda uma onda estacionária. Não é uma onda senoidal simples, mas é feita de várias componentes que configuram os vários timbres característicos do som do violão e que sempre me deixam encantado. Vários compositores aproveitam este efeito em suas composições como por exemplo Villa-Lobos em seu Prelúdio IV.

Há uma lustração animada de superposição de harmônicos no site http://id.mind.net/~zona/mstm/physics/waves/standingWaves/standingWaves1/StandingWaves1.html. É muito interessante porque permite escolher quais harmônicos quero ver superpostos e em que velocidade de animação. Há no entanto um deslocamento gráfico entre a corda real do instrumento e o gráfico animado.

Mas além deste efeito mágico e encantador há também aproveitamentos práticos que é possível empregar na afinação do instrumento. Sabendo, por exemplo que posso produzir uma terça maior como harmônico de qualquer corda, ao encostar suavemente o dedo na terceira corda (sol = g) sobre a região do 4º ou do 9º traste e produzir assim a nota si (=b), obtenho a mesma nota quando fizer a mesma coisa na região do 5º traste da 2ª corda (si = b).

Veja na tabela seguinte dados bem precisos




































Só para localizar, segue uma tabela com a maioria das notas tocadas normalmente no violão, classificadas horizontalmente por casa e verticalmente por altura.













solta















Acima, a mesma tabela na ordem em que as cordas realmente estão posicionadas no violão: a 6ª corda, mais grave, na região superior.
Abaixo, as notas naturais e com sustenido, um pouco maior, para quem gosta de ver as coisas várias vezes, e com clareza.























Abaixo ressaltei o 4º harmônico (terça maior) que obtenho nas casas 4, 9, 16 e 28(imaginário). Situo o dedo ligeiramente à esquerda do traste. Já o 2º harmônico (quinta justa) obtenho em cada corda sobre o traste 7 e também sobre o traste19.

























A seguir ressaltei o 1º harmônico (oitava) que obtenho sobre o 12º traste






















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Cursando mestrado em Educação (UFRGS), conhecido compositor, arranjador e regente da Orquestra Infanto-Juvenil do Projeto Prelúdio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul - Campus Porto Alegre(antiga Escola da UFRGS); de 1986 a 88 professor de História da Música e de Hinologia na Escola Superior de Teologia (EST); de 1985 a 86 coordenador do Departamento de Música Sacra da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), quando criei o Festival de Música (MUSISACRA) - Bacharel em Música, com Habilitação em Órgão pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1985, estudei com Marieta Heuser (Piano), Leo Schneider (Órgão), e também com Renzo Buja (Interpretação - Itália), Isolde Frank (Flauta doce), Wolfgang Dallmann (Barroco - Alemanha), Eduardo Ostergreen (Regência e Repertório Coral - USA), Arlindo Teixeira (Regência), Frei Emílio Scheidt (Canto Gregoriano, Contraponto - Brasil) - Willy Correa de Oliveira (Música Contemporânea - Brasil) Visitei órgãos de Blumenau, Curitiba, São Paulo, Rio, Lisboa, Madri, Berlim, Hildesheim. Veja abaixo meus outros blogs de organista, professor e pesquisador.